A expectativa era
grande e aumentava a cada dia. Os amantes do Hip Hop estavam ansiosos pelo
encontro monstruoso dos senhores do Hop Hop moçambicano que tinham como missão
espalhar as Mil Palavras de Revolução, num espectáculo organizado pelo elemento
do colectivo Micro 2, Flash Ency ou simplesmente Vaccina Boss.
Na verdade, tal como
o próprio Vaccina Boss explicou, o Mil Palavras de Revolução marcava apenas uma
etapa no caminho que se percorre em direcção à “Lavagem cerebral,” seu trabalho
discográfico que se espera que esteja nas ruas em Dezembro próximo.
O África Bar, local
que acolheu o evento esteve lotado. Com duas horas de atrasos (marcado para
16:00h começou 18:00h) que já causavam resmungo nos dezenas de niggas que se
fizeram ao local, deu início o show sob comando do Mestre de Cerimónia,
Tira-Teimas. Este que é elemento do grupo Irmandade.
Posto isto, o emcee
Massa Cinzenta teve a responsabilidade de inaugurar o palco e fê-lo à medida
das suas capacidades. Prosseguindo com o jogo, Kadabra MC, a promessa do estilo
livre (Free Style), no panorama do Hip Hop nacional e por muito considerado o “homem
da noite,” fez jus ao rótulo de “mestre de improviso” que agora lhe cabe. Mostrou-se
aos que estavam do oposto do palco o que de bom sabe fazer. Lançar Freestyle.
Trouxe o seu já conhecido mas ainda surpreendente jogo de rimas e arrancou
aplausos e risos da plateia. Nota positiva para este rapper que, muito a
propósito das suas habilidades, subiu ao palco pelo menos três vezes para
deixar ficar seus versos. Quanto a mim, um sinal de que há sempre espaço para
quem mostra serviço.
No meu relógio
faltavam apenas 10 minutos para as 19:00 quando Massa Cinzenta, pela
segunda vez regressou ao palco, nessa altura o feeling de que estávamos num show de Hip Hop começava a fluir mais,
mas mesmo assim as “palavras de revolução,” estas ainda tardavam a chegar.
Instantes depois Xivica
– The rastman rapper – mostrava também suas habilidades no santuário do África
Bar. Com o tema ‘Cidade de Maputo’ “a cidade onde não se vive, apenas se
sobrevive; onde os pobres ficam pobres e os ricos ficam ricos” deixou ficar o
seu pensamento revolucionário. É preciso não esquecer que “a revolução começa
no ponto de vista de cada cidadão. Aquele tema faz parte do álbum “Lutar para Vencer” que inclusivamente esteve
a venda no local.
Os niggas se sucediam
no palco deixando ficar suas palavras de revolução (?). Alguns deles com muito
fraco desempenho em palco.
Depois da actuação
do Mentor- o Carismático - ao lado de Kronic, o rapper Stink Soldier foi
encarregue de fechar a primeira parte do show. As expectativas dos niggas que
assistiam não estavam a ser satisfeitas ao nível desejado, avaliando pelo nível
de aceitação e feeling que
demonstravam. O Mestre de Cerimónia foi muitas vezes obrigado a apelar a reacção
da plateia com o seu grito de guerra – What’s up, What’s up?
África Bar ia
ficando cada vez mais inundado quando o Tira-Teimas deixou ficar seus já
conhecidos versos do tema “o povo não é burro completamente.” O elemento da Irmandade
levantou uma questão merecedora da reflexão: Como é possível a pobreza acabar
(em Moçambique) se o Governo é que nos está a roubar? E assim fechava a
primeira parte. (Continua)
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