domingo, 27 de outubro de 2013

“Mil palavras de revolução” a caminho do “Lavagem cerebral”


A expectativa era grande e aumentava a cada dia. Os amantes do Hip Hop estavam ansiosos pelo encontro monstruoso dos senhores do Hop Hop moçambicano que tinham como missão espalhar as Mil Palavras de Revolução, num espectáculo organizado pelo elemento do colectivo Micro 2, Flash Ency ou simplesmente Vaccina Boss.

Na verdade, tal como o próprio Vaccina Boss explicou, o Mil Palavras de Revolução marcava apenas uma etapa no caminho que se percorre em direcção à “Lavagem cerebral,” seu trabalho discográfico que se espera que esteja nas ruas em Dezembro próximo.  

O África Bar, local que acolheu o evento esteve lotado. Com duas horas de atrasos (marcado para 16:00h começou 18:00h) que já causavam resmungo nos dezenas de niggas que se fizeram ao local, deu início o show sob comando do Mestre de Cerimónia, Tira-Teimas. Este que é elemento do grupo Irmandade.

Posto isto, o emcee Massa Cinzenta teve a responsabilidade de inaugurar o palco e fê-lo à medida das suas capacidades. Prosseguindo com o jogo, Kadabra MC, a promessa do estilo livre (Free Style), no panorama do Hip Hop nacional e por muito considerado o “homem da noite,” fez jus ao rótulo de “mestre de improviso” que agora lhe cabe. Mostrou-se aos que estavam do oposto do palco o que de bom sabe fazer. Lançar Freestyle. Trouxe o seu já conhecido mas ainda surpreendente jogo de rimas e arrancou aplausos e risos da plateia. Nota positiva para este rapper que, muito a propósito das suas habilidades, subiu ao palco pelo menos três vezes para deixar ficar seus versos. Quanto a mim, um sinal de que há sempre espaço para quem mostra serviço.

No meu relógio faltavam apenas 10 minutos para as 19:00 quando Massa Cinzenta, pela segunda vez regressou ao palco, nessa altura o feeling de que estávamos num show de Hip Hop começava a fluir mais, mas mesmo assim as “palavras de revolução,” estas ainda tardavam a chegar.
Instantes depois Xivica – The rastman rapper – mostrava também suas habilidades no santuário do África Bar. Com o tema ‘Cidade de Maputo’ “a cidade onde não se vive, apenas se sobrevive; onde os pobres ficam pobres e os ricos ficam ricos” deixou ficar o seu pensamento revolucionário. É preciso não esquecer que “a revolução começa no ponto de vista de cada cidadão. Aquele tema faz parte do álbum “Lutar para Vencer” que inclusivamente esteve a venda no local.  

Os niggas se sucediam no palco deixando ficar suas palavras de revolução (?). Alguns deles com muito fraco desempenho em palco.

Depois da actuação do Mentor- o Carismático - ao lado de Kronic, o rapper Stink Soldier foi encarregue de fechar a primeira parte do show. As expectativas dos niggas que assistiam não estavam a ser satisfeitas ao nível desejado, avaliando pelo nível de aceitação e feeling que demonstravam. O Mestre de Cerimónia foi muitas vezes obrigado a apelar a reacção da plateia com o seu grito de guerra – What’s up, What’s up?
África Bar ia ficando cada vez mais inundado quando o Tira-Teimas deixou ficar seus já conhecidos versos do tema “o povo não é burro completamente.” O elemento da Irmandade levantou uma questão merecedora da reflexão: Como é possível a pobreza acabar (em Moçambique) se o Governo é que nos está a roubar? E assim fechava a primeira parte. (Continua)

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