sexta-feira, 10 de outubro de 2014

“Decidi ser normal”, Y-Not

Quando o rapper moçambicano Y-Not “decidiu ser normal”, o resultado foi um álbum com uma qualidade acima da média que comporta sons tremendos, profundos e por vezes complexos. “Eu Decidi ser normal” é o terceiro trabalho discográfico deste artista. Apresenta 16 temas que reclamam o seu espaço na lista dos melhores álbuns de Hip Hop lançados em 2014 ao nível nacional.

domingo, 18 de maio de 2014

Mentes Criativa: RAP é um exercício de observação, análise e crítica

Para lá dos grandes palcos onde desfilam os grandes artistas, existe um mundo a parte onde a força de vontade transforma-se em motor com qual se superam obstáculos para a concretização de sonhos. Longe daqueles palcos e bem no coração da periferia, talentos despontam para se afirmarem na cena do Hip Hop local e darem segmento ao movimento. O grupo Mentes Criativas, composto por três elementos - um produtor e dois rapper's - todos residentes no blocko 4, na periferia da cidade de Maputo, é disso exemplo. Lançou em finais de 2013, um mini álbum intitulado Forma de Expressão que foi na verdade o culminar de um processo árduo de trabalho que visa(va) promover o grupo, na altura, recém formado.

Forma de Expressão, mini álbum de estreia dos rapper's Vulcão e Esboço, é um trabalho que se deve escutar sem grandes expectativas, mas com uma enorme disposição para assimilação das mensagens nele contidas. Os ouvidos mais apurados e exigentes podem ressentir-se de algumas deficiências técnicas, mas a poesia que se "declama" nas instrumentais monopolizadas por FC iliba o grupo dos seus pecados naquele aspecto. O Mundo Sub-Urbano travou uma conversa prolonganda e até animada com dois dos membros do Mentes Criativas e ficou a saber além de muitas outras matérias, do processo de concepção do mini álbum e os ideais que norteiam o percurso deste grupo que ainda tem muito a dar ao Hip Hop. Acompanhe a entrevista.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

"Mentes Criativas" em Formas d’Expessão

A experiência mostra que a definição e obediência de uma base temática para um álbum tem sido algo difícil para os rappers estreantes no RAP game. Esta constatação, por si só, nos induz a ilibar, de qualquer falha nesse aspecto, o grupo Mentes Criativas que publicou o mini-albúm intitulado Formas de Expressão. Apesar disso, a ideia da degradação da moral ou perda de valores sociais, principalmente na camada jovem, como resultado das mudanças comportamentais, próprias das evolução do tempo, parece sobressair dentre os demais temas,o que evidencia a capacidade de interpretação de fenómenos socais por parte deste grupo.

Formas de Expressão, lançado em Dezembro de 2013, é o primogénito dos rappers Vulcão, antigo elemento dos Visionários MC's e Esboço, que decidiram unir suas paixões pelo RAP para fazer algo maior, sob umbrella do produtor FC. Muitos aspectos em comum existem entre os três elementos, dentre os quais, o facto de todos serem talentosos no que fazem - escrever e/ou produzir - e estarem a procura do seu espaço ao sol.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Açucar Castanho, nova aventura de Pitcho


Pitcho, o rapper clássico que veste a camisola da Matola, está mergulhado numa aventura designada “Açucar Castanho”, ao lado de outros músicos não fazedores de Hip Hop, mas com criatividade suficiente para, à sua maneira, elevarem cada vez mais o que alimenta sua alma, a música. Seja que estilo for.

O projecto, criado por Samito Tembe, engloba outros estilos de música e terá 10 volume. O primeiro será, praticamente, um festival de Hip Hop, com o rapper no comando das rimas que darão voz aos instrumentos a serem tocados por outros elementos da banda. Na verdade, trata-se de uma iniciativa que configura-se principalmente na mistura vários estilos musicais tocados ao vivo.
A PAZ é a principal mensagem a ser trazida pelo Açucar Castanho. Pitcho, cuja poesia é presença obrigatória na sua escrita, irá inundar as mentes com versos que reflictam os sentimentos do grupo, neste momento em que o país atravessa o pior momento dos últimos 20 anos. A paz está ameaçada. A música vai reflectir o que os artistas sentem e a paz é o que neste momento todos buscam.     
Sabe-se que o hip hop feito por Pitcho é misturado de uma forma muito bem conseguida com o Jazz, Bossa nova, entre outros estilos e isso facilitará a actuação ao com banda.
Em 2012, Pitcho lançou um single – eu tive um sonho – de três músicas e são essas que, por enquanto, dão corpo as actuações da banda. O objectivo, este ano, é fazer músicas próprias da banda e espalha-las pela “Pérola do Índico”. Esperamos para consumir.


sábado, 7 de dezembro de 2013

TENTATIVA, QUEDA, SUPERAÇÃO

(…) Eu acredito que a vida de um ser humano passa necessariamente por três fases: tentativa, queda, superação (...) A gente se torna no se torna porque primeiro passa por uma espécie de tentativa. E nessa tentativa vamos tendo uma espécie de quedas, que são “fracassos”, mas se a gente insiste e se dedica naquilo que quer, passamos para outra fase, que é a de superação.” Estas palavras, mais do que explicarem a visão do Khronic sobre o percurso natural do homem enquanto ser vivo, trazem a essência do que se pode encontrar no álbum “Tentativa, Queda, Superação”, seu primeiro trabalho discográfico lançado em Outubro deste ano -2013. 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Xivica, The Rasta Man Rapper


Os amantes da música, certamente, já devem ter se apercebido que alguns álbuns têm a peculiar característica de nos encantarem aos poucos. Como uma paixão que nos toma ao de leve e nos domina. Mas isso não é o que acontece com o trabalho discográfico “Lutar para vencer” de Xivica. O seu primeiro solo. Este álbum cresce num ritmo acelerado e logo nos encanta. Pelo menos foi assim comigo.

domingo, 27 de outubro de 2013

Cubaliwa, Lavagem Cerebral e III Bloko dos K7 Azuis.... à porta

Cubaliwa, Lavagem Cerebral e III Bloko dos K7 Azuis são alguns dos álbuns que deverão estar nas ruas nos próximos dois meses que ainda restam para o final do ano. O facto é que estes são dos trabalhos mais esperados nos últimos tempos. Pelo menos no que diz respeito ao circuito underground do movimento Hip Hop moçambicano. Esta é, de resto, a boa nova que povoa as mentes dos amantes do RAP nacional.

Sobre o primeiro, Cubaliwa, muito se pode dizer. Quem avalia as músicas - ABC do preconceito e Cão de raça - que, neste momento, fazem a promoção deste segundo trabalho discográfico de Azagaia já pode começar a medir a temperatura do álbum. Ela está alta, afirmo sem medo de errar. Este álbum vem sendo prometido a bastante tempo e depois de muita e longa espera, estou confiante que o trabalho irá corresponder às expectativas que a demora no seu lançamento criou.

A proposta de Flash Enccy, Lavagem Cerebral, é mais ousada, bem à medida das suas capacidades líricas. Os que acompanham a carreira deste homem do Hip Hop nacional sabem do que estou a falar. Quem escutou/escuta “Episódio específico de Loucura” deve ter noção de que a lavagem cerebral é possível. E mais do que isso perceberá que a “revolução começa no ponto de vista de cada cidadão.”

Mas, uma coisa é certa. O Flash Enccy que uma vez disse que o “estúdio é a oficina onde o MC é mecânico” não parece o mesmo que hoje “entra numa sala de aula para dar aulas sobre sexo às crianças” (escuta a faixa de promoção do novo álbum). O flow não sofreu grandes modificações, mas a agressividade já não é a mesma. Naquela época estávamos diante de um rapper que lutava por um espaço. “Eu luto pelo espaço que sempre me foi merecido,” disse uma vez numa música. Estava ávido em mostrar o que realmente valia. Hoje, estamos diante de um “Hipopótamo” incontornável na cena do Hip Hop nacional e a motivação já não é a mesma. Se essa e outras modificações são positivas ou negativas, isso é discutível.

Mas nós continuamos a espera da lavagem cerebral.

E, finalmente, teremos em Dezembro o terceiro Bloco dos K7 Azuis, os soldados da paz. São 40 faixas num só álbum. Algo inédito cá em Moz. Mas mais do que a quantidade das faixas, é a qualidade que elas deverão ter que realmente importa.
Nos blocos ou se quisermos álbuns anteriores, este grupo, comandado pelo produtor Baba-X, nos habituou a uma escrita caracterizada por muita poesia e mensagem bastante consciente. Ainda não ouvi as faixas que compõem o álbum, mas a avaliar pelo desempenho destes “agentes da ONU” nas suas músicas mais ou menos recentes posso afirmar que teremos horas infinitas de muita boa poesia.

Uma nota negativa aos falsos amantes de RAP. A notícia de que algumas faixas deste trabalho vazaram e estavam a ser consumida antes de estarem prontas é deveras preocupantes. Isso não abona em nada a comunidades Hip Hop, nem a música em geral. O Mundo Sub-Urbano condena esse tipo de atitude.